Julho é mês das férias, mas junho é mês de provas e trabalhos. No meu caso algumas provas de fogo como estreias (uma peça dia 11/06 e um stand´up no dia 21/06). Um dos trabalhos é atualizar minha pasta com analises das peças que assisti recentemente, analises que aproveito para postar de forma resumida neste blog para quem sabe convencer quem lê a sair da frente do PC e ir assistir algo. Será que eu consigo?
Peça – A Lua vem da Ásia – Centro Cultural Banco do Brasil - até 05/06
Baseado no livro de Walter Campos de Carvalho, o texto é apresentado em forma de diário, contando a trajetória de um ser incomum em busca de um intendimento perante a vida e a morte, desafiando com ironia a lógica deste mundo.
A peça inicia com o narrador-personagem contando que assassinou seu professor de lógica
em legitima defesa. Daí parte parte a montanha russa de relatos desconexos e curiosos, que fazem crer que a sanidade já não habita seu corpo. Ou seria ele habitante de um mundo insano?
Chico Diaz hipnotiza no olhar, no silêncio, no grito e na voz. No corpo alcança a leveza e liberdade que só a loucura contém. O ator também conduziu a adaptação do texto, um grande carrossel de lágrimas e risos do humor cruel, sarcástico e nonsenses do autor.
As projeções e a musica vem para realçar o que está vivo encena e, somados interpretação, nos traz este belo espetáculo leve e cruel. Rimos do que não somos, pelo fantástico, pelo absurdo até nos vermos com alguma semelhança com tal, nos sentimos presos e libertos. E a verdade ? Se desfaz numa nuvem de lógica.
Peça – Vamos? (não consegui descobrir onde está em cartaz, sei que está viajando pelo interior de São Paulo)
O cenário é comum (um apartamento). Um homem casado tenta seduzir uma mulher casada. Calma … não, não. Uma mulher casada tenta seduzir um homem casado. Ei! Calma ai! São dois homens! Ou são duas mulheres?
Difícil de definir e impossível não rir. Se a briga dos sexos já foi tema de muitas peças, está é uma das mais equilibradas, por não ser excessivamente machista ou feminista, pondo todas as possibilidades a prova.
O texto é inteligente, foge do obvio e da margem para os atores leva-lo as ultimas consequências, gerando cenas hilárias e situações imprevistas que leva o publico a gargalhada. Os atores sabem se aproveitar dos ganchos e, se “traem” nas improvisações, fazem de tudo também para manter o casamento perfeito entre texto e elenco, sendo difícil reconhecer o que escrito e o que é espontâneo.
Curiosos também o movimento que gera no espectador, pois logo de inicio vestimos a camiseta do sexo correspondente e de caçador prestes a atacar a presa , nos vemos no lugar da presa sendo atacada e ao invés de uma goleada, nos torcemos para um empate para sair com o time adversário para comemorar o resultado (mas nada impede de se comemorar entre membros da própria torcida).