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terça-feira, 8 de março de 2011

Eu Palhaço

Foi quando eu pesquisava sobre cursos a fazer que decidi que Clown seria uma prioridade. Após assistir “I Clown” de Fellini e ler “Manual Minimo do Ator” de Dario Fo, a certeza só fortaleceu, eu iria fazer um curso de Clown.

Esta foi a 2º oficina que realizei, entre a de Mimica e a de Commedia dell'arte, e foi fundamental para me entender até como pessoa. Adianto que o curso de palhaço não é pra qualquer um e muito provavelmente você não aprenderá nada que já não estivesse dentro de você. Se redescobrir de uma maneira ridícula e permitir que o espectador ria com isso pode fazer pessoas entrarem em parafuso com suas vaidades e ego.

O doação do palhaço para com o publico é imensa pois ele permite que riam de seu erros, bobagens e dor, fazendo assim, o publico ri de si mesmo, afinal, quem nunca fez uma palhaçada sequer. Mas existe uma proteção, a menor mascara do teatral, o nariz vermelho (na verdade pode até ser de outra cor).

Mas nela também existe uma obrigação de fazer rir... Um fardo difícil, principalmente para quem está estudando a arte. É necessário a ausência de um senso auto-critico forte durante a cena, pois este poderia acabar com elementos importantes para o clown como o positivismo e a disponibilidade.

Ao contrario que muitos pensam, fazer graça não tem graça! O palhaço não se acha engraçado, tudo aquilo faz parte de sua realidade e é feito com muita verdade cênica por mais que essa realidade seja distorcida, bizarra ou fantástica.

No curso de clown que fiz, aprendi mais sobre o meu “Eu” do que sobre ser palhaço. Na verdade descobri que eu já tinha muito palhaço. Também descobri algo curioso…

Um dia por azar (ou sorte) tive que representar Julieta Montecchio como palhaço e foi engraçado não só para mim, como pra quem assistia. Num outro exercício, o riso não estava acontecendo e o meu professor pediu para que eu continuasse como uma mulher … Foi hilário! Ele pediu para que eu não me chocasse e comentou que talvez o meu clown fosse feminino, que era muito engraçado quando eu interpretava uma mulher e que isso acontecia, por exemplo, também com o Pernalonga quando se vestia de mulher para enganar o Hortelino.

Depois surgiu uma audição e depois surgiu a “Sheyla Axé”…



Cena do funeral do filme "I Clown"

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