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domingo, 6 de março de 2011

Ser um personagem feminino …

Existem alguns desafios que nem todos atores passarão e um deles é interpretar o sexo oposto. È possível se ter uma carreira longa sem nunca se quer ter chegado a interpretar um papel do gênero. Mas e para quem vai passar por isso?

No caso do humor é um recurso ótimo e um homem caricaturando uma mulher é hilário. O recurso inverso, apesar de não ser muito utilizado, tem um resultado interessante como a Cláudia Raia fazendo o malandro no programa “Não Fuja da Raia”.

Numa época de carnaval, pode parecer comum um “homem vestido de mulher”, mas interpretar um personagem é muito mais que isso. Ser e acreditar é muito mais difícil, principalmente para quem vive numa sociedade machista. Mesmo quem acha que não tem preconceitos, como eu, sente as dificuldades que a cabeça vai criando por causa destes.

Imaginem eu! Que nunca me quer se vesti de mulher nem brincado! Me lembro quando precisava escolher um personagem para a audição do Zona de Riso e dentre eles Sheyla Axé parecia a melhor escolha se eu quisesse passar (e eu queria).

Sheyla Axé nasceu da mistura da minha mãe (que sempre errou o nomes das pessoas e sempre foi muito forte em defender suas convicções) com a minha irmã (que queria ser dançarina de axé). Mas será que eu estava pronto para fazer o papel?

Um dia antes da provação, aprendi a fazer a maquiagem com meu amigo Ricardo Cavadas e no dia por causa da barba, fiquei a cara do Clovis Bornay! Na audição, meu amigo Dennis Rodrigo foi o operador de som num cd player que não funcionava. Fui parado no meio da apresentação … tinha tudo pra dar errado … quando o Marcelo Castro (diretor) falou que era pra parar pois eu já havia passado no teste.

Mas ai sim começaram os problemas e as soluções foram achadas esvaziando-me de todas discriminações e pesquisando muito, não só nas mulheres, mas também naqueles que fizeram isso tão bem (Tootsie com Dustin Hoffman, o documentário "Dzi Croquettes" e o musical "Hair Spray", tanto com o Edson Celulari quanto com Jonh Travolta, entre outros). Foi necessário ainda aprender não só a andar, mas a dançar axé de salto altíssimo.

O resultado vocês podem conferir na peça “Cabaré Zona de Riso” no Centro Cultural São Paulo aos domingos as 20h, estreia dia13 de março e a entrada é franca (Mas corra! Pois são apenas 100 lugares).


Aproveito para agradecer a Dennis Rodrigo, Ricardo Cavadas, Marcelo Castro, Willian Amaral, Paulo Bueno, Caio Marinho,Marcelo Mansfield, Carlos Farielo, Flavio Ferreira, Ricardo Napoleão, Lena Arakaki (minha mãe), Vanessa Arakaki (minha irmã), Escola Agência Sagarana, Sérgio Buck, Régio Moreno, Lianna Mateus, Tom Dupin, Roney (meus professores), Adriana Peraro, Edna de Castro Sousa, Giuliano Pallos, Pedro Macedo, Sílvia Lhullier, Sílvia Braun, Wilson de Moraes, Fernando Henrique, Mirian Dias, Bárbara Francesquine , Lindsey Aleixo (Colegas de Curso e Palco), a todos que foram na Academia de Improvisação e a todos que eu acabei esquecendo mas que ainda sim, foram muito importante para a realização deste trabalho.

Muito Obrigado(a) !!

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